Já fazia muito tempo que eu estava procurando uma desculpa, mesmo que seja pequena, para falar de filmes e séries aqui no meu blog e o momento certo chegou falando de um dos filmes que eu mais gosto e que assisti muito na minha adolescência, Carandiru, pois se trata de uma adaptação do livro Estação Carandiru, escrito por Drauzio Varella.
Dirigido por Hector Babenco, o longa metragem entra de cabeça na atmosfera sombria e melancólica no que um dia foi uma das maiores penitenciarias de toda a São Paulo.
Por se tratar de uma adaptação de um livro, algumas licenças poéticas tiveram de ser feitas em prol de uma trama mais coesa. O maior exemplo disso é a redução da quantidade de personagens entrevistados por Drauzio relatados no livro. Além disso, outras cenas tiveram de ser cortadas na produção final do filme. Algumas dessas cenas até que poderiam dar um tom mais significativo para a trama do filme se tivessem sido mantidas.
Apesar desses cortes, o filme consegue nos contar uma história bem amarrada, com cada um dos presos contando os seus relatos assim como acontece no livro em que o longa metragem foi inspirado.
O filme também conta com a presença de autores consagrados e bem conhecidos pelo grande público como Caio Blat, Lázaro Ramos, Rodrigo Santoro, Wagner Moura, Milhem Cortaz e Milton Gonçalves, que descanse em paz.
Um detalhe que merece ser levado em consideração é o fato do nome de Drauzio Varella não ser citado em nenhum momento do filme, sendo limitado a ser conhecido simplesmente como “Doutor” pelos detentos.
Carandiru ainda é considerado como um dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos, recebendo diversos prêmios no processo, pois é um desses filmes que retrata com precisão e visceralidade os eventos que levaram ao Massacre do Carandiru, um infeliz evento que marcou para sempre a vida de todos os paulistanos e que escancarou a brutal realidade na vida carcerária aqui no Brasil.