“Na consciência dos fãs de música intensa e de vanguarda, ‘black metal’ virou sinônimo de Noruega.”
O gênero Metal, desde o início da sua criação, deixou marcas eternas ao redor do globo. Com suas letras musicais que sempre evocavam sentimentos como a rebeldia e paixões mais intensas, o estilo musical ganhou a sua atenção pelo público mais jovem pelo menos nos tempo de outrora. No entanto, dentre todos os estilos de metal já existentes (Thrash Metal, Gothic Metal etc.), nenhum ganhou mais atenção e mais controversas do que o infame Black Metal.
Surgido ainda na década 1980, o gênero foi primeiramente originado por bandas antes de Trash metal como Bathory, Venom e Celtic Frost, porém se tornou popular com o surgimento da cena underground de Black Metal em países escandinavos como Suécia, Finlândia e principalmente Noruega. Foi nesse último país que nasceu uma das bandas mais populares desse estilo musical, não apenas por suas músicas como também por suas polêmicas, que é justamente a banda Mayhem.
Fundada em Oslo (Noruega) em 1984, essa banda interpretou literalmente a filosofia do Black Metal, desde declarações satânicas mais escrachadas possíveis até mesmo a queima de igrejas antigas em claro sinal nocivo a rebelião contra Deus. Além disso, três de seus membros mais importantes, Per Yngve Ohlin (Dead), Øystein Aarseth (Euronymous) e Varg Vikernes ficaram ainda mais populares pelos seus destinos sangrentos. O primeiro pelo seu brutal suicidio. Os outros dois por criarem um ódio demoníaco um pelo outro, resultando assim no assassinato de Euronymous nas mãos de Vikernes. Toda essa insanidade que se formou em Noruega no início dos anos 1990 é muito bem explicado no livro de não-ficção Lords of chaos, escrito por Michael Moynihan em parceria com Didrik Soderlind.
Publicado originalmente em 1998, esse livro se tornou um acontecimento inédito no final dos anos 1990 por despertar nos mais leigos um real interesse pelas polemicas da cena Black Metal, pois descreve no mais minucioso dos detalhes a personalidade mórbidas de Dead, Euronymous e Vikernes, assim como suas principais motivações que levaram a cada um desses personagens a cometerem os mais absurdos atos de heresia em nome de uma ideologia que, possivelmente, possui origens nos ideais mais fascistas que já existiram nessa terra como também em lendas nórdicas. É bastante perceptível como o livro faz questão de explorar a mentalidade de cada personalidade da subcultura do Black Metal, deixando bastante claro a psicopatia de cada um dos envolvidos nesse ciclo de caos que se tornou esse gênero obscuro não apenas na Noruega como também em toda a Europa e nos Estados Unidos.
Para quem quiser saber um pouco mais sobre o Black Metal, esse livro é, no mínimo, um pontapé inicial. Porém, o preço desse calhamaço não é nada amigável.
gostei muito dessa resenha