No momento, você está visualizando Transgressora (ou O preço da Lascívia)

Transgressora (ou O preço da Lascívia)

Eu estava me sentido a rainha do mundo naquele exato momento. Vários dos meus colegas de escola olhavam para mim de uma forma bastante intensa. E não era para menos. Hoje, eu decidi que seria mais um dia em que eu iria quebrar todas as regras existentes na minha escola. Quebrar vários tabus, assim como fiz nos dias anteriores. Por causa disso, ao invés de ir para a aula usando aquele uniforme escolar extremamente cafona, aproveitei o momento em que meus pais ainda estavam dormindo e me vesti com a roupa mais curta e mais colada que eu possuía. 

Eu já sabia o que viria a seguir, mas eu estava pouco me lixando para esse detalhe. Eu queria porque queria mostrar pra todo mundo que eu também sabia ser rebelde. 

Vários garotos olhavam para mim com uma lascívia tremenda. Era exatamente isso que eu mais desejava. Vários rapazes desejando ter ao menos uma noite comigo. Uns ainda apresentavam certa timidez em se aproximar de mim, enquanto outros deixavam claro o seu real intento. 

– Você tá muito gostosa, Baby, sabia disso? – disse um deles em meu ouvido. 

Toda aquela atenção já estava me deixando excitada, mas havia apenas um olhar com o qual queria muito desejar. Foi apenas uma questão de poucos segundos para perceber que Francesco, aquele lindo professor de educação física, também olhava para mim com uma malícia não muito escancarada. 

Eu não perdi mais tempo e fui logo em direção a ele. Nós dois estávamos perigosamente perto um do outro e eu não podia evitar de olhar aquele bendito tanquinho que ele possuía. Mesmo ele tendo o dobro da idade que eu tinha, eu não estava dando mais a mínima. Eu desejava ter aquele belo homem todinho para mim. 

– Como você está, bonitão? – perguntei, com a fala mais assanhada que eu podia usar. 

– Fique longe de mim, menina. – murmurou Francesco. 

– Por que? Eu apenas estou querendo conversar contigo. Só isso. 

De repente, Francesco se aproximou ainda mais de mim e me pegou pelo braço com tanta força que eu achei que ele ia quebrá-lo em questão de segundos. 

– Não se faça de cínica, menina – disse ele, apontando o dedo na minha cara. – Já não bastou você ter começado aquele maldito boato de que você e eu temos um caso juntos? Por sua causa, até a minha ex não quer mais saber de mim, caralho. 

– Então ela é uma fracassada. – continuei. – Ela preferiu picar a mula do que combater a concorrência. Eu sim poderia te dar prazer de uma maneira incrível. 

– Não me provoque menina. Se não você vai se arrepender. 

– Você vai fazer o que? Vai me estuprar aqui mesmo na frente de todo mundo? – Eu me aproximei bem em seu ouvido. – Eu estou ansiosa para que isso aconteça. 

De repente, um dos monitores que estava por perto me deu um puxão de orelha e me afastou de Francesco. Ele me segurou tão forte que nem sequer tive forças para me desvencilhar do mesmo. 

– Muito bem, mocinha – disse ele com claro mau humor. – Vamos levá-la para a diretoria. A diretora vai ter um grande prazer em ter uma conversa contigo. 

*** 

– É inacreditável! – exclamou a diretora. – Simplesmente inacreditável! Você tem apenas catorze anos, menina! Catorze anos e você pensa que é o quê? A dona do pedaço em querer se expor da maneira em que você está se expondo. Responda, caralho!? 

Eu decidi não responder nada. A última coisa que eu queria era perder tempo com aquela mal-amada. A diretora se levantou e se aproximou de mim, mas eu não me intimidei. Mantive a minha pose na frente dela para mostrar segurança. 

– Você é uma grande decepção pra mim e para essa escola, Betânia Matias. 

– Por favor. Me chame de Baby. 

A diretora esbofeteou meu rosto com tamanha força que me fez cair no chão. Com o rosto ardendo, eu fitei-a com um ódio ardente. 

– Você por acaso tem noção do que está fazendo, menina!? – ela voltou a esbravejar. – Só esse mês você inventou de se expor no Tiktok de forma bastante vulgar com as aquelas malditas dancinhas capazes de atrair o mais sujo dos cachorros, além de inventar de gratificar oralmente alguns alunos dessa escola, até mesmo o meu filho! Por sua causa, ele não para de se masturbar um dia sequer imaginando esse momento. 

Não podia evitar um sorriso de canto de boca ao ouvi-la mencionar esse episódio. O garoto bem que merecia um momento de prazer depois de ser constantemente pressionado por uma mãe daquelas. 

– E como se não fosse pouco – ela continuou. – Você agora espalha boatos aos quatro ventos da escola que o professor Francesco é o seu atual namorado. Sinceramente, eu sinto falta de você quando você era uma garota comportada, mas graças as amizades que você formou ou deseja formar, você agora não passa de uma vagabunda nojenta e uma cadela no cio que quer uma desculpa esfarrapada para cruzar com qualquer macho que encontrar. 

Aquela ofensa foi o que bastou para que eu tomasse coragem e me levantasse para responder a altura aquela mulherzinha de merda. 

– Pelo menos eu estou aprendendo a aproveitar a minha vida e estou muita satisfeita com isso! Eu posso muito bem fazer o que eu quiser! Ao contrário de você, que é uma mulher amarga e mal-amada que nem sequer sabe o verdadeiro significado da palavra “diversão”! Você é que é a vagabunda aqui! 

A diretora me deu uma nova bofetada que me fez cair no chão novamente. Lagrimas ardem em meu rosto ao receber essa humilhação. 

– Eu tentei, Betânia – disse a diretora depois de um longo suspiro. – Eu juro que tentei o máximo tirá-la desse caminho por consideração que eu tenho pelos seus pais. E pensar que você era uma menina modelo até há um ano atras, mas todo mundo tem suas decepções. Monitores, levem ela para a sala de detenção enquanto eu ligo para os pais dela. 

*** 

Depois de todo alvoroço que aconteceu, foi apenas uma questão de tempo para que os meus pais me buscassem da sala de detenção completamente bravos com a minha pessoa. No entanto, eu não estava ligando mais para o que os outros adultos pensavam de mim. Tudo o que eu mais queria agora é sentir emoções ainda mais intensas. Foi por causa disso que eu aproveitei o momento em que meus pais estavam dormindo novamente e fugi do meu castigo. 

Eu estava caminhando em direção a casa da Natasha, que por sorte não ficava longe da minha. Eu sabia muito bem aonde era. Mesmo sendo bem tarde da noite, eu estava amando aquela sensação de fugir de casa. A qualquer momento, meus pais podiam se dar conta da minha ausência e iriam atrás de mim ainda mais putos da cara, mas mesmo assim era uma adrenalina muito boa para mim. Eu estava tomando gosto de ser uma menina má graças a Natasha e Tamara e não via a hora de fazer parte do grupo de amigos das duas abelhas-rainhas mais populares da escola. 

Chegando na mansão de Natasha, toquei a campanha e esperei ela me atender. Ao mesmo tempo em que eu esperava, uma insegurança tomou conta de mim. Será que ela estava dormindo a essa hora da noite? Não era possível. Ela me garantiu que estava esperando por mim. 

Antes que mais alguma dúvida enchesse a minha cabeça de merda, Tamara me recebe com aquele sorriso carismático que todo mundo gosta. 

– E aí, Baby? – cumprimentou ela. – Andei sabendo do que você fez hoje na escola de manhã. Nem eu teria coragem de enfrentar aquela diretora. Anda, pode entrar. 

*** 

Natasha estava olhando para o celular dela, avaliando as minhas dancinhas no Tiktok, assim como os vídeos de sexo oral que eu fiz. Conforme o tempo passava, eu ficava cada vez mais nervosa. 

– Nada mal, Baby. – disse Natasha. – Nada mal mesmo. As suas dancinhas no Tiktok estão dando o que falar nas redes sociais e parece que você chupou todos esses paus com gosto, hein menina? 

– Bem, alguns eram fedorentos para ser sincera. – admiti. 

– Além disso, o que você fez na escola hoje de manhã foi algo fenomenal. Parece que você gosta de ver o circo pegar fogo, não é? 

– Então, eu posso fazer parte do grupo de vocês? 

– Tudo o que você tem que fazer agora é seguir nós duas para um quarto reserva. Temos uma surpresa especial para você. 

Sem questionar absolutamente nada, eu segui Natasha e Tamara até a parte mais escura da mansão. Eu não sabia ao certo o porquê, mas algo de dentro de mim estava me avisando para que eu não continuasse seguindo as duas até o local indicado. Para que eu saísse de lá o mais rápido possível, mas isso não vinha ao caso agora. Eu estava a um passo de conseguir o que eu mais desejava e eu não podia desistir de tudo agora. 

Nós três chegamos ao quarto indicado. Natasha não perdeu tempo e abriu ele para mim. 

– Entre. – disse ela. – Garanto que o que você mais quer está aí dentro. 

Um pouco hesitante, eu entrei no quarto e acendi a luz. Percebi a presença de Francesco, deitado numa cama de casal e completamente nu bem na minha frente. 

Entretanto, ao invés de ficar totalmente excitada com aquela cena, havia algo diferente no olhar de Francesco. Apresentava uma aura completamente sombria e demoníaca. 

Antes mesmo de me virar para fugir, Natasha e Tamara fecharam a porta e trancaram com chave, me deixando sozinha com Francesco. Eu não conseguia me mover por absolutamente nada, tudo o que eu podia fazer era manter o meu olhar fixo em Francesco que se aproximava lentamente em minha direção. 

– Por que está com medo, Baby? – perguntou Francesco, com um sorriso amedrontador. – Não era isso o que você queria? Eu te avisei, menina. Eu te disse o que podia acontecer se você continuasse me provocando, mas você não me deu ouvidos. E agora você está com medo, pois você sabe que eu vou aproveitar cada segundo que me resta para acabar com você. 

Lágrimas escorriam em meu rosto ao ouvir aquelas malditas palavras. No entanto, eu reconheci tarde demais que de fato eu havia provocado tudo aquilo. Eu acabei atiçando de forma extrema os desejos de um homem desconhecido sem me importar com as consequências. Tudo isso por causa de um desejo fútil de querer fugir as regras tão valorizadas pelos meus pais. Eu acabei traindo a confiança de todos que eu estimei por causa disso, mas agora era tarde demais para fazer qualquer coisa. Ao sentir o toque das mãos de Francesco, a única coisa que eu podia fazer era gritar. 

*** 

Três meses depois 

Meus pais e eu pegamos a estrada para uma outra capital além de Minas Gerais. Graças a mim, tanto meu pai quanto a minha mãe tiveram de abrir mão de empregos que estavam dando uma remuneração consideravelmente satisfatória para sobrevivermos. Agora estávamos viajando rumo a um caminho desconhecido que nem sequer sabíamos se ia ser igualmente próspero. 

Nenhum deles estava dizendo absolutamente nada, mas eu podia sentir o quanto eles estavam desapontados comigo. E não era para menos. Por causa de uma estupidez, acabei me transformando de uma menina modelo para uma jovem rotulada de vagabunda por todos na cidade e agora estou colhendo o que plantei. Agora grávida de três meses, eu era obrigada a carregar esse fardo pelo resto de minha vida. 

Deixe um comentário